domingo, 10 de janeiro de 2010

Nº55: Artur Manuel Soares Correia


  • Artur Manuel Soares Correia.
  • Defesa Direito.
  • Nasceu a 18 de Abril de 1950 em Lisboa.
  • Títulos no Sporting: 1 Campeonato Nacional (1979/80) e 1 Taça de Portugal (1977/78).
  • 35 Internacionalizações com 1 golo marcado.



Artur, o Ruço, foi um fantástico defesa direito que passou pelo Sporting no final dos anos 70, depois de quase toda uma carreira no Benfica. Eleito por Stefan Kovacs como o melhor lateral direito da Europa, Artur destacava-se pela sua rapidez a atacar, fazendo todo o flanco, pela grande raça e força a defender e pela sua grande inteligência em campo. Era um enorme benfiquista de coração, mas isso não o impediu de defender a camisola do Sporting com o mesmo profissionalismo e o mesmo empenho, não importando que ao intervalo perguntasse sempre o resultado do “seu” Benfica. Acabou a carreira cedo demais devido a problemas de saúde.



Nascido em Lisboa, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Futebol Benfica, o famoso Fofó, de onde transitou para o Benfica, sendo campeão logo no seu primeiro ano nas camadas jovens do clube da Luz. Foi escolhido por Otto Glória para fazer parte do plantel principal, mas decidiu perseguir o sonho de ser médico, portanto mudou-se para Coimbra, onde começou a jogar na Académica.
Em 1969/70, fez 21 jogos e marcou 1 golo no 10º lugar da equipa. Na época seguinte, realizou 26 jogos e marcou 1 golo no excelente 5º lugar da equipa treinada por Juca.



Regressou ao Benfica na época seguinte, para ser campeão, sob o comando de Jimmy Hagan. Estreou-se numa vitória por 3-1 nas Antas e até final da época realizou 27 jogos e marcou 1 golo. Esse golo foi no final do Campeonato numa vitória por 5-2 em Faro. Pode-se dizer, portanto, que pegou de estaca obrigando o dono do lugar (Adolfo) a derivar para o lado esquerdo.
Foi também no final dessa época que se estreou na selecção nacional, pela mão de José Augusto, num encontro em Chipre que Portugal venceu por 1-0 com golo de Chico Faria.
Na época seguinte, faria 8 jogos apenas mas seria campeão numa época fantástica do Benfica. Por esta altura teve lugar a Minicopa no Brasil em que Portugal chegou à final perdida para os anfitriões. Na retina ficaram as excelentes exibições da selecção e de Artur, apontado como um dos destaques.



Em 1973/74, voltaria a jogar mais, completando 24 jogos com 1 golo marcado. Na época seguinte, fez 26 jogos e marcou 1 golo, vencendo novamente o Campeonato sob o comando de Pavic. Esse golo foi o último pelo Benfica e aconteceu na Luz frente ao Leixões.
Em 1975/76, realizou 25 jogos e foi novamente campeão, desta vez com Mário Wilson ao leme da equipa. Na época seguinte, realizou apenas 13 jogos sofrendo uma pleurisia pelo que o Benfica não lhe renovou o contrato.



Saiu com lágrimas nos olhos do seu clube do coração e ingressou no grande rival, o Sporting. Obviamente pegou logo de estaca e quis o destino que a sua estreia fosse na 1ª jornada do Campeonato frente ao “seu” Benfica. O jogo ficou empatado 1-1, com o golo do Sporting a ser apontado por Fraguito aos 20m. O Sporting de Paulo Emílio alinhou com: Valter Onofre; Artur, Laranjeira, Manaca e Da Costa (Inácio, 55m); Vítor Gomes, Fraguito e Baltasar; Manuel Fernandes, Jordão e Keita (Carlos Freire, 83m).
Nessa época alinhou num total de 34 jogos, vencendo a Taça de Portugal. A propósito, nessa época, o Artur conta um episódio curioso. O treinador Paulo Emílio (que seria despedido em Dezembro) levou a esposa para conhecer o Norte aquando do jogo com o Riopele. Não apareceu no jogo e o Artur é que orientou a equipa na vitória por 4-2. Na Madeira, o treinador repetiu a graça e foi despedido.


Equipa 1978/79

Na época seguinte, fez um total de 29 jogos. A sua estreia foi numa derrota no Bessa em que o Sporting treinado por Pavic jogou com: Botelho; Artur, Laranjeira, Meneses e Inácio; Marinho, Zezinho (Barão, 45m) e Aílton; Vítor Manuel, Manuel Fernandes e Manoel.
No Verão foi para os EUA jogar no New England Tea Men onde realizou 23 jogos antes de regressar no Inverno ao Sporting para ser campeão. Jogou apenas 14 jogos.
Um outro episódio curioso marcou esta época. Num jogo em que o Sporting estava a ser roubado, Artur chamou o árbitro de lampião. Este não esteve com meias medidas e disse “tu também és” ao que Artur, bem ao seu jeito, responde: “Pois, mas ao menos tento disfarçar”.


Selecção Nacional 1978/79.
Em cima da esquerda para a direita: Nené, Humberto Coelho, Alhinho, Oliveira, Alberto e Bento.
Em baixo pela mesma ordem: Gomes, João Alves, Artur, Pietra e Costa.

Fez o seu último jogo pela selecção no dia 21 de Novembro na derrota caseira frente à Áustria por 2-1. Dias antes, marcou o seu primeiro e único golo com as cores nacionais frente à Noruega na vitória por 3-1.
Por outro lado, o seu último jogo pelo Sporting foi frente ao Varzim (0-0), na Póvoa. O Sporting de Fernando Mendes alinhou com: Vaz; Artur, Bastos, Eurico e Barão; Zezinho (Meneses, 45m), Marinho e Ademar; Manuel Fernandes, Manoel e Lito.
No Verão saiu em definitivo do Sporting e foi novamente para os EUA jogar 30 jogos pelos Tea Men. Retirou-se em definitivo no final dessa época debilitado por um acidente cardiovascular.


Carreira

1968/69: Académica

1969/70: Académica

1970/71: Académica

1971/72: Benfica

1972/73: Benfica

1973/74: Benfica

1974/75: Benfica

1975/76: Benfica

1976/77: Benfica

1977/78: Sporting

1978/79: Sporting
New England Tea Men

1979/80: Sporting
New England Tea Men

Carreira no Sporting*

1977/78: 26;- / 6;- / 2;-

1978/79: 23;- / 4;- / 2;-

1979/80: 14;- / 6;- / -;-

*Época: Campeonato (J;G) / Taça (J;G) / Europa (J;G)

Avaliação: Craque

3 comentários:

sloml disse...

Um grande craque.

M. Paim disse...

Bruno, o André Cruz foi receptivo quando lhe querias fazer a entrevista? E como é que fizeste para o contactar?Abraço

sloml disse...

Fui ao site oficial dele (http://www.andrecruz.com.br/) e deixei mensagem no separador dos contactos. Respondeu-me muito bem, com grande rapidez e simpatia, mostrando muita disponibilidade. Depois acabei por nunca levar isso para a frente pela dificuldade da tarefa (não é fácil arranjar os contactos de muitos ex-jogadores). Mas ele foi muito prestável.